sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Milagres de Nhá Chica

Faremos uma sequência de alguns dos vários milagres que Nhá Chica em vida pode realizar ao interceder à Nossa Senhora.

As informações foram extraídas do livro Templos e Crentes, autoria de José Alberto Pelúcio.


Órgão

Conta-se que, certa vez, em sonho, Nhá Chica ouvira a voz de Nossa Senhora a dizer-lhe que queria um órgão para seu templo.
Guardou o nome ouvido.
Não tinha ela uma noção bem precisa do que fosse aquilo; a respeito, falou ao vigário, contando-lhe o sonho e indagando o que era órgão.

- Ah! Nhá Chica, ter-lhe-ia dito o pároco, é uma coisa muito bonita, um instrumento que se toca nas igrejas e encanta as almas!
- E custará muito dinheiro? indagaria Nhá Chica.
- Sim, custa bastante, replicara o vigário, que calculou, então, o preço do instrumento.
- Pois é, Nossa Senhora quer.
Algum tempo decorrido, Nhá Chica deu aviso ao pároco de que o dinheiro, para a compra do órgão, estava arranjado; providenciasse ele, para tornar efetiva a aquisição e vinda do mesmo.

Encarregou se da compra um bom músico da cidade, que, para isso, foi ao Rio de Janeiro. Lá, fechou negócio do órgão, depois de o haver experimentado.
Foi feito o embarque do instrumento.
A estrada de ferro vinha só até Barra do Piraí; desta cidade para Baependi, o transporte foi feito em carros de bois. Calculem o tempo e as dificuldades de semelhante transporte!

Enfim, o órgão chegou à Baependi, em uma quinta feira.
Como era natural, a curiosidade pública foi despertada pelo acontecimento; acontecimento, sim, que o era, em verdade, para aqueles tempos, em cidade do interior.
O desejo de se ouvir o instrumento devia ser grande.
Para a capela, afluíram muitos curiosos.

O órgão foi, por fim, colocado em seu lugar.
O artista, encarregado de sua compra, achava-se presente; experimentaria o instrumento. Correu os dedos pelo teclado alvo e... silêncio absoluto! mais uma tentativa... inutil! o instrumento não funcionava. A decepção foi grande! A assistência começou a murmurar.
Nhá Chica estava presente. Alçou, de momento, sua vóz:
- Senhor F...(o organista), o órgão, hoje, não tocará; nada lhe falta, está perfeito. Nossa Senhora não quer que ele toque, hoje; amanhã, as três horas, ele tocará, quando se cantar a Ladaínha à Nossa Senhora. O sino dará o competente aviso.
E as pessoas presentes diziam:
- Quebraram o órgão, certamente, os solavancos do carro de bois!
- Os finórios, do Rio, venderam coisa imprestável!
Foi um desapontamento!
No dia seguinte, sexta feira, dado o sinal, pelo sino da capela, para esta muita gente se dirigiu.
 
O organista achava-se junto do instrumento.
Às três horas, precisamente, rompe-se a ladainha, e o órgão derrama suas ondas sonoras pelo tempo, acompanhando, majestoso, aquele hino de beleza incomum, votado, pela igreja, à Maria Imaculada.
Porque, na véspera, silênciara o instrumento?
Seria porque seu primeiro canto, na cidade, devera ser consagrado, não à curiosidade pública, mas à Virgem da Conceição?

 
Seriam as primícias de seus sons, na cidade, uma homenagem as três horas de Sexta feira, de tanta devoção de Nhá Chica, a obscura serva de Maria?
 
Não sabemos; registramos, apenas, o fato.

Um comentário:

  1. Eu estou apaixonada por sua imagem e sua historia, não sei de onde veio esta paixão,pois quando entrei na loja de velas da paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração, aqui de S.P em Vila Formosaa,onde moro, e ao ve-la me emocionei não sei o porque, ainda não bestificada, e no dia das mães minha filha me deu de presente. Ao olha=la sinto paz, mas não sabia de seus milagres, obrigada

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